Mulher morre de hepatite fulminante após tomar 'pílula de dieta' Edmara Silva de Abreu, enfermeira de 42 anos que morreu na manhã de ontem em São Paulo, foi diagnosticada com hepatite fulminante após consumir um composto de uma "erva dietética". Vendido em cápsulas, o produto é dito ser "natural" e contém ervas como chá verde, carqueja e mata verde, substâncias hepatotóxicas (que podem causar danos ao fígado) nos ingredientes. Segundo a prima de Edmara, Monique de Abreu Saraiva Artecio, professora de educação física de 35 anos, a enfermeira estava "muito saudável" e começou a sentir náuseas há duas semanas. "Minha prima tem sido uma pessoa muito saudável, é enfermeira obstetra, e sua saúde estáva excelente. Há duas semanas, ela começou a ter ânsia de vômito, que se tornou mais frequente", disse Monique.
Edmara, que trabalha no Hospital e Maternidade Santa Joana, decidiu consultar um médico e foi internada imediatamente, pois a equipe suspeitava que fosse um problema de vesícula na época. "Então eles fizeram exames para descobrir o que era e descobriu que ela tinha hepatite fulminante"...
De acordo com Monique, os médicos fizeram mais exames para determinar se a doença se devia a uma exacerbação da leptospirose ou da dengue, que muitas vezes é a causa de danos ao fígado, mas os resultados em ambos os casos foram negativos.
"Então eles levaram todos os remédios dela ao médico. Foi quando viram esse frasco de '50 pílulas dietéticas' e perceberam o quanto era esse produto." Segundo a prima, Edmara comprava a droga pela internet. No entanto, a família não sabe quando os enfermeiros começaram a utilizá-lo.
Edmara foi transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), que é referência para casos de hepatite. Ela fez fila para um transplante de fígado, passou por um coma induzido e finalmente passou por uma operação de 12 horas no sábado (29).
No entanto, o corpo da enfermeira rejeitou o novo órgão e os médicos confirmaram que Edmara estava com morte cerebral nesta quarta-feira (2). Na madrugada do dia seguinte, ela morreu de parada cardíaca.
"Ela acreditava na droga, mesmo achando que era natural, mas a embalagem dizia que eram apenas ervas. Não eram listras pretas, e não havia droga que parecesse perigosa. Ela não estava tomando mais nada, só isso. um", ela relata Say. primo. "É importante falar sobre isso para que outras famílias não passem pela dor que estamos passando hoje."
Produto proibido no Brasil
A Anvisa informou que o produto está proibido no país desde 2020 por não ser regulamentado como medicamento. "50 produtos fitoterápicos para emagrecer que não podem ser classificados como alimentos ou mesmo suplementos alimentares por conterem ingredientes não autorizados para uso em alimentos. sene, dente-de-leão, pau-ferro, gotu kola. como medicamentos fitoterápicos, não em suplementos alimentares", disse um comunicado.
A agência disse que emitiu duas medidas proibindo "comercialização, distribuição, fabricação, publicidade e uso, além da apreensão e destruição de produtos". A primeira medida é para a empresa Pró-Ervas em 18 de novembro de 2020, e a segunda, para o produto 50 Ervas Emagrecedor Forte - Natuviva, em 2 de março de 2021.
Cuidado
"Desconfie de produtos com promessas milagrosas, que prometem emagrecimento fácil ou qualquer outro tipo de ação de tratamento, cura ou prevenção de doenças. Todo produto com ação terapêutica precisa estar regularizado na Anvisa como medicamento", finaliza comunicado. A reportagem tentou localizar a Pró-Ervas, responsável pela produção do medicamento que é amplamente revendido online em diversas plataformas, mas não encontrou nenhum representante da empresa até o momento. O texto será atualizado quando houver novas informações.
Fonte: UOL
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